15 de jul. de 2010

POEMA MATEMÁTICO


Um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita.Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do Ápice à Base... Uma Figura Ímpar; Olhos rombóides, Boca trapezóide,Corpo ortogonal, Seios esferóides. Fez da sua uma vida Paralela à dela. Até que se encontraram No Infinito. "Quem és tu?" indagou ele. Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas podes chamar-me Hipotenusa." E de falarem descobriram que eram
O que, em aritmética, corresponde. A alma irmãs Primos-entre-si .E assim se amaram. Ao quadrado da velocidade da luz. Numa sexta potenciação. Traçando ao sabor do momento . E da paixão Retas, Curvas, Círculos e Linhas Sinusoidais. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas. E os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E, enfim, resolveram casar-se. Constituir um lar. Mais que um lar. Uma Perpendicular. Convidaram para padrinhos O Poliedro e a Bissetriz. E fizeram Planos, Equações e Diagramas para o futuro. Sonhando com uma felicidade Integral
E diferencial. E casaram-se e tiveram uma Secante e três Cones muito engraçadinhos. E foram felizes.... Até àquele dia. Em que tudo, afinal, se torna monotonia.
Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum...
Freqüentador de Círculos Concêntricos. Viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela, Uma Grandeza Absoluta,
E reduziu-a a um Denominador Comum. Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais Um Todo.
Uma Unidade. Era o Triângulo, chamado amoroso.
E desse problema ela era a Fração Mais Ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade.
E tudo que era espúrio passou a ser Moralidade. Como, aliás, em qualquer Sociedade.

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